Quem sou eu

Minha foto
Este espaço é um lugar para agradecermos. Nasci numa família de origem humilde, no interior de Minas. Vim para Belo Horizonte, ainda muito bebê. Meus pais passaram muitas dificuldades, mas conseguiram criar bem os 6 seis filhos.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Uma luz no fim do túnel!!!!!!!!!!!!!!!!

Bem, estive sumida! Na verdade, não estava conseguindo AGRADECER. Minha vida virou de perna para o ar! Chequei a perguntar a Deus, por que ele havia me abandonado: "Senhor por que me abandonastes?"

E então, ele me respondeu me dando uma luz no fim do túnel. E agora, me recordo daquele poema maravilhoso: Pegadas na Areia: veja um vídeo dele:

http://www.youtube.com/watch?v=g2xEB8ut-PA

Acho que preciso pedir perdão, por não ter conseguido me colocar nas mãos de DEUS!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

De volta!

Depois do post da querida Dani Couto, fiquei um pouco desaparecida. Mas, queria fazer uma homenagem maior a esta grande mulher. Por isto deixei o post ficar um bom tempo. Agora, estou aqui de volta.

Hoje, quero agradecer por um período da minha vida: meus quatro anos de Colégio João XXIII. Ele não existe mais, no entanto, foi lá que estudei da 5ª à oitava série. Eu fui uma aluna exemplar, na quinta série, ao lado de uma colega, Vanilda Dias de Moura, ganhamos como as melhores alunas de toda a escola. Podíamos escolher entre um relógio ou uma bolsa integral de um ano. Adivinhe o que escolhemos: ambos estudamos um ano gratuitamente.

Só tenho boas lembranças daquela época. Tive professores memoráveis: Campos, Sílvio de Almeida Mendes, Nilza Lobato, Jaime, Marieta (in memorian), Glória ... Não me lembro dos nomes dos outros, mas TODOS foram imporantes para mim. OBRIGADO POR TÊ-LOS CONHECIDO.

Lembro-me do professor Campos, quando eu estava na sexta série. Minha mãe queria que ele conversasse sobre sexo comigo, pois eu havia ficado mocinha e ela não sabia como me dizer as coisas. Hoje é tão natural, mas para ela ... Era um bicho de sete cabeças. Como ela me contou que o professor iria conversar comigo, fiquei fugindo dele mais de um mês. Aliás, esta história de educação sexual ainda vai render um outro post, aliás, engraçado.

Mas voltando para o Colégio João XXIII, tive um turma maravilhosa, com amigos e amigas que não me esqueço. Fiquei entre a cruz e a espada, duas amigas íntimas, Vanilda Dias de Moura e Raquel Simplicio Netto eram inimigas. AGRADEÇO A DEUS POR ELAS pois, apesar de não se "bicarem", mantivemos nossa amizade durante todos aqueles anos. Aliás, tenho muita saudade das duas.

Vanilda não era fácil. Comecei a estudar com ela na segunda série. E ela vivia me espezinhando. Quando fomos para a 3ª série, ela me disse que experimentava as pessoas, antes de torná-las suas amigas. Ou seja, eu havia passado no teste de amizade dela. Tínhamos nossas diferenças na hora das provas: ela sempre achava que ela estava certa. Apesar de tudo isto, fomos boas amigas.

Raquel era fantástica: brincalhona, pra frente (no bom sentido), estudiosa. Sempre fazíamos nossos trabalhos juntas. Hoje, ainda, somos amigas, apesar de nos encontrarmos a cada 4 a 5 anos.

Tinha ainda minha prima Conceição, menina de muito valor. Tinha ainda o Toninho e outros garotos. AGRADEÇO, HOJE, POR TODOS OS MEUS COLEGAS E AMIGOS DAQUELA ÉPOCA. AGRADEÇO TAMBÉM PELO DIRETOR DA ESCOLA, O PROFESSOR VITOR, SUA FILHA VIVI, E TODOS QUE CONHECI NAQUELES ANOS M A R A V I L H O S O S!

QUERO AGRA

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Homenagem a Dani Couto

Dani Couto ao lado da amiga Naomi.




Hoje é um dia triste para muitas pessoas. Triste por que uma amiga, Daniela Couto, faleceu. QUERO AGRADECER A DEUS PORQUE ELA FEZ PARTE DE MINHA VIDA.



Quem é Dani Couto? Uma moça bonita, extrovertida, de uma belíssima voz, jornalista de qualidade que gostava de dançar. Eu a conheci na Prefeitura de Betim. Foi uma profissional e tanto. Mas, a vida lhe reservou uma provação. Dois anos depois, ela sofreu um acidente na Via Expressa: havia desmaiado no volante.

Foi quando ela descobriu que tinha um tumor no cérebro. Passou por uma cirurgia no Hospital Regional de Betim, fez várias sessões de quimioterapia. Mas era apenas o começo. Parecia que o pior havia passado. Mas seis meses depois, uma nova cirurgia, mais quimioterapia...

Dani Couto queria viver: ela gostava da vida, das pessoas ... Acima de tudo, ela teve o apoio de uma família maravilhosa: uma mãe que ficou ao lado dela em todos os momentos, uma irmã e a filha, e dois irmãos. Ela foi muito amada e, acredito, ela também amou muito!

Ela ainda veio a passar por uma nova cirurgia e mais quimioterapia. Nestes períodos, ela ficava inchada, mas nada disto a fazia desanimar. Queria viver.

Até que no ano passado, numa nova consulta, o médico viu que não dava para fazer uma nova cirurgia. De lá para cá, ela foi morrendo aos poucos ... Mas sem se entregar!

Sábado passado, dia 24, ela entrou em coma. Recebeu a extrema a unção, e veio a falecer na manhã de hoje.

Quero, aqui, me solidarizar com a mulher maravilhosa que é a mãe dela, os irmãos. Sei que estão sofrendo, e não posso mensurar! Mas, acho que nestes momentos, devemos AGRADECER: sim AGRADECER a oportunidade que Deus nos deu de tê-la conhecido. OBRIGADO SENHOR POR DANI COUTO.

Apesar deste blog ser apenas de agradecimento, hoje, vou PEDIR, também. QUERO PEDIR A DEUS QUE DÊ O CONFORTO À ESTA FAMÍLIA QUE ESTÁ SOFRENDO. QUE CADA UM DELES ENTENDA QUE DANI FOI UM ANJO QUE VEIO PARA UNIR AINDA MAIS ESTAS PESSOAS.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Madre Mestra: Irmã Cecília

Fiquei cinco anos no Convento da Filhas de Nossa Senhora do Monte Calvário: dos meus 15 aos 20 anos (de 1981 a 1085). Foi um tempo de muita alegria e felicidade. Mas não vou relatar minha estadia lá neste post. Neste, eu quero fazer uma homenagem a uma mulher incrível: a irmã Cecília Folegati. Uma mulher de garra, inteligente e, acima de tudo, uma mãe para nós noviças. Ela era dura, quando tinha de ser. Mas era uma verdadeira mestra, uma orientadora espiritual. Podíamos contar com ela sempre que precisava.

Hoje, quero AGRADECER A PASSAGEM DESTA MULHER, DESTA MÃE, DESTA IRMÃ, DESTA MESTRA ... em minha vida! Ela é responsável por muitos dos valores que cultivo, hoje, em minha vida.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Meus irmãos

Meus sobrinhos: Bárbara e Ítalo.

Hoje, quero falar um pouco dos meus irmãos: Geraldo, Wagner e Ricardo, Adriana e Andreia. De um modo geral, sempre fomos irmãos unidos. Quando criança, eu não brinquei com outras crianças, somente os meus irmãos. Duas eram as nossas brincadeiras favoritas: rouba bandeira e adedanha. Não erámos de crianças que brigavam.


Eu, sendo a segunda dos filhos, ganhei a responsabilidade de ajudar minha mãe com o restante dos filhos. Até o mais velho, Geraldo (Rezendinho) me obedecia. Aliás, até hoje tenho um pouco deste poder de "mandar" nos meus irmãos. Minha mãe saia e todos ficavam sob o meu poder.


Rezendinho, o mais velho, sempre foi muito tranquilo. Fez Ciências Contábeis e se casou com Rosivânia. Tem dois filhos: a Bárbara e o Italo. O Waguinho, eu já falei dele em outros posts. Era bagunceiro, não gostava de estudar e gostava bem de uma rua ... Imagine que quando minha mãe saia, o Waguinho pulava o muro para ir para a rua? Ele se casou há maisde 15 anos, mas no ano passado, ele e mulher (Arlinéia) resolveram se separar. Senti muito, pois gosto muito da Neia.

O Ricardo é o caçula e também foi o mais mimado. Eu, de certa forma, o criei até os dois anos e meio, quando entrei para o Convento. Até aquela data, eu era a mãe dele: dava mamadeira, alimentação, banho, brincava com ele... Ele me chamava de mãe. Depois que fui para o convento, minha mãe o mimou muito. Eu, de lá, dava balas, material para desenhar e colorir, etc. Hoje, ele está terminando o curso de Ciências Contábeis, tem uma lanchonete no bairro Betânia em Belo Horizonte, mas diz que quer ser jornalista. Vamos aguardar ...


A Adriana é a doidona, a mais parecida com a minha mãe. Quando criança era muito doente, magrela. A chamavamos de "esqueleto humano" Inteligentíssima, mas diz que cansou de estudar. Formou em tecnologo de Processamentos de Dados pela Newton Paiva, trabalha no Banco do Brasil. Casada com Júlio César, tem uma filha linda: Paola.


Andreia é a caçula das irmãs. Geniosa mas de um coração que parece ser do tamanho do mundo. Quando ficava com raiva de alguém: coitadO! Formada em Biologia pelo Isabela Hendrix, ela trabalha na cera inglesa. Casada com Eder, tem uma filhinha que é o mais belo bebê: Isabela.


HOJE QUERO AGRADECER PELOS MEUS IRMÃOS: REZENDINHO, WAGUINHO, ADRIANA, ANDREIA E RICARDO. QUE DEUS OS ABENÇÕE, HOJE E SEMPRE.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Minha mãe


Falei algumas vezes de minha mãe, mas ainda não havia feito um post exclusivo para ela. O nome dela é Maria Cândida (o mesmo de minha avó e bisavó). Uma mulher forte, decidida, vaidosa mas com um gênio ... Muito brava!


Quando eu era criança, ela gostava de se impor pelo medo. Imagine que chegou a me deixar de castigo dentro do banheiro? E o pior, me amarrou com as mãos para trás? Mas não pense que ela é malvada, carrasca.. Muito pelo contrário, sempre foi uma mãe amorosa que colocou os seis filhos sempre em primeiro lugar. A vida dela foi e continua sendo pela família, pelos seis filhos. Parece que até hoje não crescemos: Rezendinho tem 45, eu, 43, o Waguinho, 41, a Adriana, 39, a Andreia, 36, e o Ricardo, 31. Estes são os filhinhos da mamãe (rs).


Mas, ela me dá muito trabalho. Isto porque escuta todo mundo e acaba sendo negativa. No ano passado, há exatamente, um ano, ela teve um câncer no pé e teve que amputar um parte do pé. Mas, ela nos surpreendeu pelo modo como conduziu as coisas. Teve muita fé em Deus. Mas, sempre que alguém lhe diz algo negativo, acaba capitando com toda tranquilidade.


Semana passada, ela fez uma mamografia que detectou uma manchinha de menos de um milimetro. Ela já achou que está com câncer de mama. E com isto acaba dizendo coisas ruins. Eu tento colocá-la para cima, mas às vezes é dificil.


Em suma, minha mãe é uma mulher de virtudes e vicios incontestáveis. Mas, acho que o nome dela é AMOR.


Ela é de uma família de 12 irmãos (todos vivos). Era muito apegada com minha avó. Em 1972, quando Vó Quinha morreu aconteceu um fato muito interessante: minha vó morreu dormindo na casa que morrava nos arredores de Desterro de Entre Rios. Isto aconteceu por volta das duas horas da manhã. Aparentemente, naquele momento, ela não estava doente.


Exatamente, neste mesmo horário, alguém bateu na porta de minha casa três vezes com força. Meu pai e minha mãe levantararam, foram ao terreiro, até o portão e .. NÃO HAVIA NINGUÉM. Acreditamos que o espírito de minha vó avisou minha mãe de sua partida.


Bem, hoje meu agradecimento é para ESTA MULHER QUE É AO MESMO TEMPO TÃO HUMANA E TÃO SANTA! ELA VEIO AO MUNDO PARA MOSTRAR O DOM DE SER MÃE. E COM CERTEZA, PARA MIM É UMA ALEGRIA TER SAIDO DO VENTRE DELA. OBRIGADA MÃE!

Em outro post ainda voltarei a falar dela, pois ainda há muito o que contar.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Obama reacende a esperança

Meu agradecimento de hoje é simples. Ontem, o mundo viu reacender a chama da esperança na figura de um homem: o primeiro negro a tomar posse como presidente dos Estados Unidos. Em discurso, ele reafirmou seu compromisso de lutar pela justiça social no mundo.

Sei que ele terá um caminho árduo pela frente. Citar apenas dois: a crise financeira que assola o mundo em virtude da ganância humana e os conflitos entre povos, na verdade, símbolo da intolerância dos homens. Mas, ele representa a vontade de mudar, a esperança de que o mundo possa ser melhor. .. Representa uma nova era para o mundo.

Eu teria muito mais a dizer sobre este episódio, mas a pressa (inimiga da perfeição) me assola neste momento. Por isto, vou terminar hoje de uma forma diferente. Vou, ao mesmo tempo, agradecer e pedir. OBRIGADO POR ESTE MOMENTO DE ESPERANÇA, QUE NOS MOSTRA QUE, DE FATO, ELA MOVE O MUNDO. NÃO É DIFÍCIL ENTENDER QUE A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE. TAMBÉM QUERO PEDIR A DEUS QUE OBAMA NÃO DECEPCIONE O MUNDO. QUE ELE SEJA ESTE MENSAGEIRO QUE VAI MOSTRAR QUE OS HOMENS AINDA PODEM SER SALVOS DE SUA GANÂNCIA, DE SUA INTOLERÂNCIA, DE SUA DESUMANIDADE ...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Em busca da Paz (Conto)

Hoje, meu agradecimento será em forma de conto. Um conto que escrevi há mais de 20 anos.


Em Busca da Paz
Autora: Maria da Consolação Resende Guedes


- Que calor! Parece até que estou no deserto do Saara!

Mal-humorado e muito chateado. Era assim que se sentia Roberto. Um rapaz de 17 anos, bonito e elegante. Apesar destes predicativos, ele tinha um defeito: nunca estava satisfeito com nada. Sempre via e reconhecia nas coisas e pessoas, os seus pontos negativos. Todos e tudo nunca estavam bons. Sempre existia o “mas” ...


Era uma belíssima segunda-feira de verão. Um dia ensolarado, alegre e para muitos: divertido. Roberto, apesar de muito jovem e mal-humorado, era um rapaz responsável. Aliás, este sua principal virtude. Por ter uma grande força de vontade, ele conseguiu seu primeiro emprego, no banco. Sua posição social era de destaque. O pai era um engenheiro que trabalhava como autônomo. Não se importava e também não se preocupava com os filhos. Achava-se muito jovem e queria viver sua via sem ser incomodado com a presença ou até mesmo uma interferência dos dois filhos: Roberto e Renata.

Roberto parecia uma pessoa fria, mas tinha um coração sensível. Sofria muito por ser assim. Sabia que o pai dava-lhe dinheiro apenas para não se sentir culpado. Era uma forma de compensar o fato de não estar sendo pai. Por isso, era apenas um mantenedor dos filhos.
Aquela segunda-feira fora-lhe muito longa. Parecia não acabar. Ao chegar em casa, como sempre foi recebido por um sorriso nos lábios. Era Renata, a linda jovem de olhos azuis e boca sensual.

- Roberto! Que bom que você chegou!
- Hoje foi um dia penoso! Um calor! Fregueses xeretas! E ... muita preguiça.
- Deixe de reclamar. Será que você não perceber que é um rapaz privilegiado? Uma pessoa com muita sorte?
- Você está brincando! Será que está me achando com cara de otário?

Ele terminou esta frase com uma risada irônica, beirando o sarcasmo.
- Pense bem! Nós somos de uma classe média. Temos tudo o que queremos: uma casa linda, boas roupas, comida gostosa e farta ... Quantas pessoas dariam tudo para ter o que temos?
- Tudo!? Eu não quis isso! Eu não pedi para ser assim! Isso é felicidade? Para mim, não é!!!
- Você está sendo ingrato. Veja quantos rapazes da sua idade querem continuar os estudos e, por motivos financeiros, não podem. Pessoas que não podem nem sonhar. Você não! Já passou na faculdade e vai fazer o curso que quer, sem se preocupar com o dinheiro ... Você é um rapaz bonito, inteligente e ...
- Rico?! Que me interessa a riqueza? Que adianta ser rico e infeliz? Belíssimos predicativos para quem começa a viver. Tenho um pai que não liga para os filhos! Mamãe, antes de morrer, nos deu muito amor. Mas ... ela morreu! Riqueza e infelicidade parecem andar de mãos dadas. Eu odeio este tipo de vida!

Aqueles argumentos neutralizaram Renata. Nunca percebera que o irmão estivesse tão infeliz! Estivera tão preocupada em aproveitar a vida. Era rica, social e bonita.

- Desculpe meu irmão! Eu não sabia que você se sentia assim! Talvez você tenha razão!

Falando assim, abraçou o irmão com carinho.
- Você deve procurar a felicidade. Pode contar comigo.
- Obrigado, maninha! Eu sei que em todos os momentos difícies, posso contar com você. Vou tentar mudar e não ser tão chato!
Muitas eram as indagações de Roberto. Sua cabeça estava pesada diante de tantas dúvidas e perguntas. Saiu sem rumo. Até que algo lhe chamou a atenção. Era uma música linda e que irradia a paz. Sentiu-se bem ouvindo aquela canção:


“Você tem em comum com o sol, a vocação de nascer cada dia, como flor leve sempre alegria onde você viver. Você tem em comum com o verde, a vocação de levar esperança, você tem em comum com a criança a vocação de crescer.
Porque Deus reuniu em você, toda a beleza que existe na vida, abra os olhos porque a natureza lhe convida a ser mais você.
Você tem em comum com a montanha, a vocação de apontar para o alto, como asfalto você é chamado a ser estrada e unir. Você tem em comum com o rio, a vocação de ser mar infinito, e como estrela ver como é bonito em plena noite luzir.”

Roberto olhou procurando quem cantava tão bela canção. Seguiu a música e descobriu um velhinho acompanhado de dois jovens. O ancião aparentava uns 70 anos: cabelos brancos, rosto transfigurado pelo tempo. Compensado a figura acabada, um olhar sereno que transmitia muita paz. Era ele quem tocava violão.

Os dois rapazes eram diferentes: um negro, alto com bonitos dentes. Era muito simpático. O outro não era bonito, tinha o rosto da dor. Cabelos lisos, estatura mediana, quem olhava para ele sentia piedade sem saber por que.
- Desculpe, incomodá-los ...

Falou Roberto. Mas, a partir daí as palavras sumiram de sua mente. Ficou sem saber o que dizer. Com a habilidade de quem já vivera, o ancião sorriu e tomou a palavra:
- Meu filho!

Roberto sentiu um calafrio misturado com emoção ao ouvir aquelas palavras. Desde criança não ouvia alguém chamá-lo com tanto carinho. Olhou o ancião e viu duas nos olhos que lembraram sua mãe. Isso fazia algum tempo ...
- Não precisa ficou deslocado. Sinta-se como se fóssemos amigos há tempos. Se você quiser posso começar.

Roberto sentiu-se estranho e pensou que o senhor estava levando a conversa para a ironia. Mas o velhinho pareceu ter lido o que pensara...
- Não pense que é ironia de minha parte, filho! Mas é a experiência de vida. Meu nome é Ângelo e estes jovens são: Paulo e Martino.

Depois dos cumprimentos, Roberto contou o sentiu ao ouvir a música. E ficou estupefato quando Martino e Paulo afirmaram que lhes acontecera a mesma coisa. Paulo completou:
- Hoje sou feliz, mas isto só aconteceu depois que conheci o vovô Ângelo.

O ancião interrompeu Paulo e disse:
- Roberto, vejo que estás com a cabeça cheia de perguntas. Não se deixe levar por coisas banais. Você é jovem, mas tem uma coisa que precisa descobrir: a paz está dentro de você.
- Dentro de mim? Como? Sempre a procurei e nunca a encontrei.
- Olha, você precisa prensar! Disse vovô Ângelo. Vá para a casa, leve a letra da música (entregou-lhe uma cópia) e medite sobre o que vou dizer: “EU SOU O TERCEIRO”.
- Está bem! Encontramos-nos novamente aqui no próximo domingo.
- Estarei aqui!

Vovô Ângelo, então, pegou as mãos de Roberto e beijou-as. Roberto assustou-se com este ato. Mas, ele explicou:
- Isto que estou fazendo é para demonstrar o respeito que sinto pelos jovens, aliás, por todas as pessoas!

Dito isto, se virou e desapareceu na escuridão. Roberto ficou inerte, até que uma buzina trouxe-o à realidade. Era Renata.
- Roberto! Roberto! Eu estava preocupada com você. Saiu sem avisar...

Renata percebeu que o irmão estava diferente: tranqüilo, calmo...
- Você está diferente! O que aconteceu?

Roberto saiu dali ao lado da irmã e contou-lhe tudo que acontecera. A semana que começara péssima, terminaria de outra forma. O constante mal-humor de Roberto desaparecera. Ficou meditando sobre o que dissera Ângelo: EU SOU O TERCEIRO. Todos, que conviviam com ele, perceberam a mudança. A cada dia da semana que se passava, aumentava a ansiedade de Roberto. Queria que chegasse logo o domingo. Renata compartilhava cada instante com o irmão.

- Sabe Roberto, hoje percebi que letra desta música nos faz sentirmos únicos. Eu posso tomar seu lugar no banco, mas nunca serei você. Sabe, acredito que só seremos felizes se colocarmos em prática tudo o que Deus nos deu.
- Engraçado, eu acho que nunca acreditei em Deus. Mas... agora ... Sinto-O tão perto de mim!
Assim falando, Roberto elevou os olhos aos céus e fez uma prece:
- Deus, acho que agora estou Te conhecendo. Sempre fugir de Você. Mas Você quis me esperar em uma esquina da vida. Não sou um bom decifrador de charadas, mas acho que descobri o sentido de EU SOU O TERCEIRO. Para sermos felizes, precisamos lembrar sempre de, em primeiro lugar, VOCÊ, pois nos criastes e nos dá tudo o que precisamos. Em segundo, nosso PRÓXIMO, pois somos irmãos e, somente, em terceiro, em NÓS.

Os dois irmãos se abraçaram emocionados e prontos para encontrar o responsável por uma belíssima mudança nas suas vidas. Antes de irem ao encontro de Ângelo, eles passaram em uma igreja e a leitura bíblica falava do filho pródigo, que deixara a casa do pai, levando sua parte na herança. Depois de tudo gastar, ele voltou para casa e, acreditando na misericórdia do pai, suplicou por perdão e propôs ser um escravo da família.

Além da linda leitura da Bíblia, Roberto pode ver que o vovô Ângelo era o padre daquela igreja. O padre, então, disse:
- Caros, irmãos em Cristo, hoje temos a visita de um jovem que conheci no início da semana e que já tenho como filho: Roberto.
Assim falando lançou um olhar penetrante a Roberto. Naquele dia, sua prática fora falar do amor de Deus aos filhos. Ao final da celebração, Roberto procurou o padre para agradecer:
- Vovô Ângelo o senhor me fez renascer para a vida. Agora sei que a paz está dentro de mim e que preciso semeá-la entre as pessoas ... Estou muito feliz!

Os três saíram da igreja. Roberto, então, gritou:
- Cuidado!

Dizendo isto se jogou na frente de um carro que vinha em alta velocidade. Foi atropelado pelo carro que não parou. Mas, um menino de 12 anos estava salvo.
- Ele arriscou a vida para me salvar! Disse.

Renata correu para junto do irmão. Colocou a cabeça ensanguentada dele sobre o colo. Tinha vontade de chorar. Roberto disse:
- Maninha! Estou muito feliz!

Falando baixinho disse ofegante:
- Diga ao ... papai ... que ... o amo ... Eu ... consegui ... eu ... so ... sou ... o ... ter ... cei ... ro.

Falando assim adormeceu para o mundo. Ouvi-se a sirene de uma ambulância. Vovô Ângelo disse:
- Ele encontrou a paz definitiva!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Lembranças

Legenda (da esquerda para a direita): meu irmão Wagner, eu, minha irmã Adriana e meu irmão mais velho, Rezendinho.


Fui uma criança muito tímida. Não tinha amiguinhos, conversava com as galinhas, como disse anteriormente.Tinha muito medo da minha mãe e do meu pai. Tenho algumas lembranças da primeira infância:


  • Primeiro: eu devia ter de dois a três anos, quando meu irmão Waguinho (ainda bebê) escapuliu e atravessou a rua sozinho. Minha mãe ficou desesperada. OBRIGADA POR NÃO TER ACONTECIDO NADA COM O MEU IRMÃO.

  • Outra vez, ainda nesta mesma época, estamos viajando para a terra de minha mãe, Desterro de Entre Rios. Estávamos no centro de Belo Horizonte, na Rua Tupis, quando o mesmo irmão (ele era mesmo bagunceiro) desapareceu. Minha mãe, nervosa, acabou me dando um beliscão. Logo a seguir, meu pai ouviu de um senhor que tinha um menino logo à frente com uma laranja na mão. OBRIGADA SENHOR POR MEUS PAIS TEREM ENCONTRADO O MEU IRMÃO.

  • Em outra ocasião, eu me senti injustiçada pela minha mãe por causa deste meu irmão. Ele quebrou uma planta da minha mãe. Ele perguntou quem havia feito isto, ele falou que era eu. Sem me poder me defender, apanhei bastante. Só depois minha mãe descobriu que não havia sido eu, então, ela bateu (pouco) no meu irmão. OBRIGADA POR TER APRENDIDO NAQUELE MOMENTO QUE HAVIAM INJUSTIÇAS NO MUNDO.

  • Numa outra vez, no Natal, ganhei uma boneca de louça (apesar dos meus pais não terem dinheiro). Naquele mesmo dia, eu a deixei cair e ela quebrou. Chorei muito! OBRIGADO POR TER DESCOBERTO CEDO QUE O VALOR DO NATAL NÃO É MERCANTILISTA, MAS ESPIRITUAL...

  • Em outro Natal, meu pai permitiu que eu experimentasse o sabor do vinho: foi um dedinho. Isto foi o suficiente para me fazer dormir. Dormi debaixo da cama. Meus pais sentiram a minha falta e me procuraram em vários lugares. Só depois me viram dormindo debaixo da cama. OBRIGADO POR TER TIDO PAIS PREOCUPADOS COM OS FILHOS!

Em outro dia, conto mais lembranças de criança ...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Meu segundo filho

Hoje é o dia do aniversário do meu segundo filho: Matheus. Ele está completando 10 anos de idade. Ele foi uma criança muito desejada, apesar de ter nascido em uma época conturbada da minha vida (em termos financeiros). Eu e meu marido queríamos muito o segundo filho. Tive uma gravidez muito tranquila, tendo engordado apenas 9 quilos.

O parto teve que ser cesariana, pois minha placenta havia envelhecido. O médico que fez o parto foi o mesmo. Ele nasceu às 9h15, na Maternidade Santa Fé, pesando 3kg 370. Novamente, era branquinho e muito parecido com o primeiro filho. Foi uma alegria muito grande.

Mas, como ele era menor do que o Lucas, achei-o tão desprotegido. Ele também sempre golfava muito: mamava e golfava. Algumas vezes, chegava a ficar um pouco desfalecido. Tive muito medo.

O nascimento do Matheus provocou ciúmes em Lucas, apesar dele ter escolhido o nome e pedido para que eu tivesse mais um filho. Com o passar dos anos, o ciúme foi aumentando e os dois brigam muito.

Mas, independente de qualquer coisa, o nascimento do Matheus também foi um momento mágico. Quando se tem o primeiro filho, a gente fica pensando se vai gostar tanto do segundo quanto do primeiro. E quando nasce, a gente vê que o coração de mãe tem lugar para todos os filhos, sejam quanto forem.

HOJE, EU AGRADEÇO PELO MEU SEGUNDO FILHO, MATHEUS: MEU ANJO BARROCO!